terça-feira, 24 de maio de 2011

O Grande Pasto do ARAÇATUBA





Bem, essa aventura começou na semana passada com o convite dos meus amigos, o gracioso casal Tebaldi. Ana e Gabriel teriam compromisso no dia 21/05 e não poderiam fazer uma atividade muito extensa. Eu também tenho me tornado um pobre servidor público, que ao menos um sábado por mês tenho que dedicar cerca de 4 horas sabatinas ao bem estar da população curitibana. Perfeito! O objetivo era o cume do Morro Araçatuba com 1673 metros de altitude, pertencente ao território do município de Tijucas do Sul/PR. No dia anterior uma ligação selou o combinado.

COMO CHEGAR NO ACESSO:
Pontualmente as 06:30 da manhã do dia 22/05/2011, aporto em frente a morada dos meus companheiros, que agilmente terminam de arrumar as coisas, e partimos rumo a estrada do Matulão. Aqui vai a dica para quem deseja chegar ao sitio de acesso saindo de Curitiba: Siga pela BR-376/101 em direção a Garuva, no KM 656,5 está a placa intitulada MATULÃO, uma entrada um pouco discreta a direita, que dá acesso a um vilarejo na margem da estrada. Siga SEMPRE pela via principal nas bifurcações que desviam para a direita e esquerda. Após uma grande descida, (haverá?) uma cobertura de eternit marca o rumo correto a ser tomado. Preste atenção! Bem na cobertura há uma estrada que se dirige à esquerda, é o caminho errado, alguns pequenos metros a frente pela via principal existe uma verdadeira bifurcação, onde você só pode escolher ir a esquerda ou a direita, é uma bifurcação que não existe a possibilidade "de seguir a frente ou pela principal". Há placas indicativas bem na bifurcação. Siga a esquerda. Após uma breve e ingreme descida, uma casa de material a esquerda com um grande gramado e uma casa de madeira, a direita da estrada, assinalam o inicio da trilha. A casa da esquerda é o lar de D. Felizberta, viúva de um simpático e acolhedor senhor chamado Amadeus, que deixou saudade nos frequentadores da região. Dizem que após 2 minutos de conversa, o transeunte que por ali passava logo virava um querido amigo do saudoso proprietário. A moradora cobra módicos R$10,00 por carro para deixar estacionado o veículo, usar os banheiros e perambular pela sua propriedade, onde fica o Araçatuba, além de uma descompromissada conversa.
A TRILHA:
Chegamos pouco antes das 08:00 da manhã e após alguns alongamentos colocamos o pé na estrada, digo, na trilha, hehehe. Entramos em um pequeno bosque de vegetação Ombrófila Mista, (mata de Araucária) e logo cruzamos um rio com agua gélida e cristalina. A subida nessa parte é tranquila, porém é perceptivel pois os corpos ainda se encontram frios. Pouco mais de 5 minutos a fresca vegetação se acaba e entramos em um samambaial, vegetação decorrente de inúmeras queimadas, sendo clara a passagem do fogo, haja visto a quantidade de madeira queimada e o solo em coloração enegrecida. Essa parte da subida é "idêntica" em boa parte da subida em direção ao Morro do Getúlio (Piolho) na Fazenda Pico Paraná. Mais alguns minutos atravessamos mais um rio e continuamos entre vegetação seca e esquálida. Tempos depois a trilha começa a percorrer os campos. Muitas pedras e inumeras, quase infinitas, trilhas feitas pelo gado marcam a passagem por essas paragens. Amigos meus já haviam me alertado sobre a infinidade de trilhas por lá existentes... Mas não sabia que eram tantas.Durante a travessia de algumas lajes de pedra, é muito fácil de entrar em alguma trilha errada. Sem problema nenhum, se não houver neblina, é claro! Se você não conhece o lugar e a neblina tomou conta da paisagem, e você está sem GPS... ACREDITE, VOCÊ ESTÁ ENRASCADO!!!
Bem, em algum lugar perto de uma cela que deveriamos atravessar bordejando o lado "meio-direito", ficamos na dúvida e tomamos a atitude de irmos ao encontro de um grupo de rapazes que estavam acampados no lado esquerdo do pequeno vale, que é encharcado devido as nascentes que correm do antecume do Araçatuba. Após alguns breves momentos de prosa, tomamos rumo em direção a uma parede na encosta de um morro. Esse morro é na verdade um vertente do Cume do Araçatuba que ficava invisivel nessa parte da caminhada, ou seja, estávamos subindo em direção a crista do antecume. Ali, Ana teve uma "aula" para dominar seus temores e superar limites, uma vez que tinha medo de subir paredes rochosas. Pois não é que aprende rápido? Instantes depois ja estava sapecando por entre um arbusto e outro em direção ascencional. Por alguns momentos tomei a frente, e em um pequeno platô perguntei aos meus nobres companheiros: E se eu dissesse que achei a trilha? Com dois olhares indagadores para mim, esperei a chegada deles ao ponto em que eu estava e pude observar a Ana boquiaberta, num misto de alivio e indignação, olhando uma larga e úmida trilha bem na sua frente, bordejada por uma verdejante vegetação pastoril.
É interessante salientar uma curiosidade: A todo momento você se vê em meio a dejetos bovinos, alguns mais antigos, outros com poucas horas, ficando evidente a presença deles naquele espaço. Porém, não vimos nenhum espécime para contemplação. Alguns metros a frente a trilha (?) tem uma variação que vai a esquerda para um morro um pouco mais baixo que o Araçatuba, neste ponto já é visivel o seu cume. A esquerda temos dois grandes vales que partem a alguns despenhadeiros. Logo a frente, uma bifurcação à direita leva ao cume do píncaro. Lógico que queriamos um desafio a mais pelas paredes e seguimos reto, passando por um desvio a esquerda que leva a uma grande pedra. Mais alguns metros e decidimos seguir ao cume pelas paredes. Nesse momento é que Ana mostrou que gostou de andar pelas rochas. Sai andando rumando para cima como um foguete. Gabriel ia na frente e foi o primeiro a chegar no fraguedo pináculo. Uma grande rocha assinala o cume, que por sinal, teve um BOSTA como visitante que teve o trabalho de entortar a caixa de cume. O livro estava em frangalhos e, para completar o ensejo, esqueci em casa um que sempre levo para substituição.  Logo o segundo grupo, o dos rapazes, chegou... e fui reconhecido. Indagado se não estava no 39o. Jantar da Montanha, respondi prontamente que sim, e minha identidade Papaelística Orkutal foi desvendada, rs. Conversa de cá, vento forte e gélido de lá, acabei observando que o grupo estava fazendo algumas investidas para a célebre travessia de 78 Km Araçatuba-Monte Crista... Do fundo do coração desejei sucesso na empreitada que, dizem, ser uma bela e inesquecível travessia por campos e vales. Bom, a descida não teve nenhum imprevisto, sempre pela ,agora bem demarcada, trilha principal. Entre uma piadinha e outra, coisa que Gabriel faz muito bem, descemos felizes e tranquilos. As 15:30 já estávamos em território curitibano e prontos para mais uma aventura...

Nenhum comentário: