No final da Estrada de
Anhaia, na região do Cabrestante; encrustado nos contrafortes da Serra do Mar
está o Sitio Vanessa. O nome do Sítio não foi escolhido à toa. Presta homenagem à uma graciosa menina (sobrinha da nossa personalidade), que teve a existência das rosas.
Quem passa
por ali pode ouvir o murmurar do Rio dos Padres, que bordeja a propriedade da
Família Pereira. Importante curso d'água, ao passar seu límpido líquido por
entre as pedras cobertas por musgos, deixa uma beleza cênica de encher os
olhos.
Mas não se
engane: vez ou outra esse esplendoroso presente da natureza deixa de lado seu
viés calmo e tranquilo para transformasse em uma força incrível; levando
rochas, árvores e todo material que suas águas possam tocar.
De certa forma é o rio fazendo a limpeza de todo possível labéu do seu entorno. Então, quando o serviço está terminado, volta resiliente ao seu estado normal.
De certa forma é o rio fazendo a limpeza de todo possível labéu do seu entorno. Então, quando o serviço está terminado, volta resiliente ao seu estado normal.
Talvez, o
menino, nascido e criado nestas paragens em 22/10/1969, após tantas vezes olhar o rio - o seu rio -
tenha visto também sua imagem refletida; entendendo que ele e o rio sejam quase um só.
Josefa de Lima Pereira é a matriarca da família que, juntamente com seu finado marido Felisbino Pereira, com muito esforço
criaram seus sete filhos.
Juntos, os 7 irmãos e a matriarca, são os proprietários do Sítio Vanessa.
Juntos, os 7 irmãos e a matriarca, são os proprietários do Sítio Vanessa.
Entre eles estava um que viria
a se tornar o guardião de toda a região, situação que vai muito além dos limites de seu terreno. Edemilson Pereira é um entusiasta, e logo
você entenderá o porquê...
Acordava
seus sobrinhos às 6 da manhã para irem juntos ao labor do roçado. Contra
impropérios revoltosos e queixas indignadas de seus pupilos, ia
"carinhosamente" (ou não) dando através de exemplos (e talvez
outras coisas também) a grande lição sobre compromisso e responsabilidade. Estava sob sua guarda e comprometimento ensinar-lhes e sob sua tutela fazer-lhes aprender.
Carinhosamente, ensinou seus
jovens sobrinhos a proteger o que é necessário. Responsabilidade que levou a cabo, nem que fosse fazendo e
mastreando com as próprias mãos, junto com eles, os palanques de concreto que hoje cercam o
Sitio Vanessa.
A união que hoje se vê na Família Pereira mostra que os esforços valeram a pena.
A união que hoje se vê na Família Pereira mostra que os esforços valeram a pena.
Mas a
região do Anhaia ficou pequena demais, e ele precisava ir mais longe para ajudar
os familiares no sustento da casa. Em Morretes, tentou ganhar o pão de cada dia em algumas empresas do município. Logo após, iniciou atividades em um
trabalho modesto em uma gráfica no centro da cidade. Talvez, inicialmente, o
chefe tivesse até ressalvas quanto à contratação daquele rapaz, mas foi logo
seduzido pelo jeito sério, ético, meticuloso e comprometido ao trabalho que
Edemilson demonstrou. Não demorou muito para que o trabalho modesto se transformasse em grandes responsabilidades e ele se tornasse uma espécie de
"braço direito" da empresa.
Incansável,
nos momentos de descanso "carrega pedra" literalmente - Quando o
conheci, ele estava executando o seu projeto para uma possível enchente na
região. Portanto, construiu um valo, todo murado para que as águas fossem
canalizadas de forma segura para fora de seu terreno, protegendo assim, a si, seus vizinhos
e os acessos em uma possível situação calamitosa. - Logo amigos vieram e o foco
mudou. Quando a situação do muro estava tranquila, ergueu praticamente sozinho
quatro enormes coberturas para proteção e comodidade contra as constantes
chuvas da região. Ainda, lembramos que a manutenção de todo o sítio é feita
pelas mãos fortes e seguras dele, travando batalhas ferrenhas contra o capim e
as quiçaças que ameaçam a beleza do lugar. Quando lhe sobra tempo, gasta-o com
sua horta e com os cuidados da grande quantidade de animais domésticos (seus ou
não) - esse é o grande amor de toda a Família Pereira.
Aliás, o
Edemilson é digno de grande menção, afinal é um enorme protetor da natureza.
Detentor de grande consciência ecológica e ambiental, além de proteger a fauna
e a flora diretamente, expande seu amor e seu conhecimento pela comunidade
local. Em um de seus inúmeros projetos, executa anualmente uma atividade com as
crianças das escolas municipais das comunidades próximas, bem na Semana Mundial
do Meio Ambiente, mostrando in loco, através de um passeio em
sua propriedade, a importância da preservação. Ali, convida os pequenos a
ajudarem na sua empreitada espalhando além das sementes de palmeiras pela mata
(sementes estas colhidas por ele e seus familiares nas semanas antecedentes ao
evento) também as sementes que irão brotar na cabeça ainda em formação dos
jovens: a consciência de que todos somos uma pequena parte de um grande todo, e
que somos todos responsáveis pelo equilíbrio desse sistema.
Além disso,
promove junto com amigos, anualmente, uma festa de final de ano para os
pequenos, levando calor, amor, encantamento e empatia aos pequeninos que
agradecem com brilho nos olhos e abraços apertados.
Mas o
fôlego da nossa Personalidade não acaba por aqui, ainda sobre a questão
Comunidade, foi um dos fundadores da Biblioteca Comunitária Sítio Vanessa. Uma
ideia genial que você pode saber mais no link abaixo:
http://rafakoz.blogspot.com/2012/02/biblioteca-comunitaria-sitio-vanessa.html
Edemilson Pereira - Pedaço do acervo da Biblioteca e o valo murado construído pelas suas próprias mãos. |
As atividades e os projetos relacionadas ao meio ambiente são tantos que renderiam um texto enorme só sobre esse tema. Aliás, há inclusive, um trabalho de conclusão de curso pela UFPR que trata sobre as atividades e a importância do Sitio Vanessa e dos seus proprietários para o ecoturismo e o conservacionismo da região.
Edemilson sempre está atento com as situações que podem oferecer riscos à comunidade onde vive. Faz parte da sua rotina monitorar as encostas, estradas e outros pontos vulneráveis. Faz o que a maioria dos brasileiros deveria fazer pelo bem comum: olhar, zelar, intervir, orientar e cobrar providências das esferas superiores - as quais elegemos para, na verdade, olhar pelo coletivo e não pelo individual. Não é de se estranhar que foi ele quem percebeu uma grande rachadura se iniciando na encosta do Viaduto dos Padres (BR-277, na ligação Litoral-Planalto Paranaense). Após se colocar à disposição para eventuais explicações e após algumas INdisposições com alguns envolvidos na situação, conseguiu, juntamente e através do Ministério Público, que uma grande obra de infraestrutura fosse iniciada no local.
Edemilson sempre está atento com as situações que podem oferecer riscos à comunidade onde vive. Faz parte da sua rotina monitorar as encostas, estradas e outros pontos vulneráveis. Faz o que a maioria dos brasileiros deveria fazer pelo bem comum: olhar, zelar, intervir, orientar e cobrar providências das esferas superiores - as quais elegemos para, na verdade, olhar pelo coletivo e não pelo individual. Não é de se estranhar que foi ele quem percebeu uma grande rachadura se iniciando na encosta do Viaduto dos Padres (BR-277, na ligação Litoral-Planalto Paranaense). Após se colocar à disposição para eventuais explicações e após algumas INdisposições com alguns envolvidos na situação, conseguiu, juntamente e através do Ministério Público, que uma grande obra de infraestrutura fosse iniciada no local.
A propriedade de sua família faz divisa com o Parque Estadual do Pau-Oco, casa do Caminho Colonial do
Arraial e do Salto Fortuna. Portanto, é normal ver esse laborioso homem dando
dicas e avisos sobre segurança aos incautos visitantes que por ali passam.
Criado na região, sabe bem, através do que viu e ouviu dos antigos sobre aquele
importante traçado, qual é o valor histórico do Caminho, sendo por mim,
considerado um grande guardião arqueológico. Nutre um carinho e um respeito
muito grande pelo que é antigo, tendo em seu acervo algumas peças garimpadas e
adquiridas em garagens, ferros-velhos e outras paragens de Morretes;
verdadeiras peças de museu que guarda com empenho e zelo.
Portanto,
caro leitor, não se engane ao ver um rapaz magro e sorridente roçando o
Oleoduto da Petrobrás lá pelos lados do Anhaia - mesmo que o boné que ele tanto
gosta e provavelmente esteja usando seja de uma de suas subsidiárias - ele não
tem nada a ver com a Estatal...
Ao pedir
alguma informação sobre a região ou "ganhar" uns minutinhos de conversa
com ele você logo perceberá...
Ele é
apenas um cidadão brasileiro fazendo um pouquinho a mais do que olhar para seu
próprio umbigo. Embora nem sempre tenha o prestígio que merece.
Dona Josefa, a matriarca dos Pereira e Edemilson. |
"O menino olhou o rio
E o rio deixou-se refletir.
Refletindo, o menino,
sabia que, assim como o
rio
muito longe poderia ir"