quinta-feira, 16 de maio de 2013

Série Personalidades – Homero Marcelo Kogut (Fritz)



Milico, Max ou, atualmente como é conhecido, Fritz é nascido em 16 de Janeiro de 1956. Cresceu em um dos pontos mais conhecidos de sua cidade: O Parque Barigui onde, na época, não passava de uns tanques e matos onde o menino banhava-se, pescava e começava a dar os primeiros sinais de uma de suas paixões atirando nos passarinhos da região. Com 11 anos entrou no colégio da Policia Militar e com 16 começou a trabalhar numa gráfica. Resolveu montar uma banda de Rock’n’Roll que não deu muito certo, ainda mais quando o Serviço Militar se fez presente ao completar seus 18 anos.

     Ocorre que a irmã do guitarrista de sua banda, namorava um conhecido (até hoje) montanhista que frequentava (e ainda frequenta) o Marumbi. Esse montanhista lhe chamou para conhecer as bandas do Marumbi. Então em 16 de Junho de 1976 a Montanha Azul fez-se parte da vida desse marumbinista. Logo “de cara”, escalou a via “Oeste” do Abrolhos (1200m) via Chamine Podre. Galgou varias montanhas, todo final de semana durante 5 anos seguidos, mas o Gigante sempre foi seu preferido.

     Nesse interim, conheceu um montanhista aqui e outro ali, e começou a frequentar um dos “barracos” que ficavam na beira da linha férrea próximo ao CMC,. O “Passa-Fome” era uma das casas da vila, um barraco de 4X4 divido por 4 sócios, entre eles os ilustres “Tarzan”(Werner Wiemers – entre varias conquistas, a Fenda y ) e Adyr Kronland Pinto ( o Pintinho- o que achou a placa deixado pelos conquistadores no Olimpo, 82 anos depois da Conquista).

     Com o tempo foi conhecendo e escalando mais com as pessoas que frequentavam a montanha, inclusive a “geração nova”: Leonel Mendes, Hiram Brandalize, Paulo Cesar (Máfia) e Bito (Antonio Carlos Meyer -Bito Meyer).

     Em 08 de Junho de 1978, ajuda a fundar o CPM- Clube Paranaense de Montanhismo (vide Ata de Fundação). E em 79 conhece a “turma do MAMUCA” e com a ajuda dos membros dessa turma, usaram muito uma arma intitulada de “CANHÃO” onde pilhas do tipo “D” eram os projeteis utilizados contra os ranchos dos “inimigos”. Aliás, o gosto por esse tipo de instrumento fez com que aprendesse o gosto de forjar facas, hobby que utiliza nos tempos livres. Ainda nessa época de 78, com a ajuda do Schlenkinha (Harvey Frederico Schlenker) e Mafia (Paulo Cesar de Azevedo Souza) fizeram alguns resgates no Marumbi, tornando-se o embrião do que hoje é o COSMO (Corpo de Socorro em Montanha).

     Depois disso, passou no vestibular de Engenharia Florestal na UFPR e começou a deixar de lado as montanhas e o velho rock'n’ roll.

     Em 80, passou no concurso e entrou para a Policia Federal, onde se aposentou meses atras;.  Em 1988, retornou ao Marumbi com a turma da Faculdade de Direito; como la era seu “lar”, levava os calouros para “judiar” naquele ambiente inóspito.

     Homem de presença marcante, tanto por sua altura quanto por sua cara enfezada, logo revela sua alegria e o quanto é espirituoso através de uma piada regada a muito sarcasmo e um sorriso largo. Envolvido em projetos socioambientais, é colaborador do Biblioteca Sitio Vanessa em Morretes e acompanha o Conselho Consultivo do Parque Nacional Saint-Hilaire.

     Falando de paixões, uma delas é a Motocicleta, que faz questão de viajar por ai e para os encontros de Moto-Clubes espalhados pelo país e logo estará desfilando com seu triciclo possante pelas ruas de alguma cidade ou em uma rodovia qualquer.

     Como uma paixão leva a outra, foi através de uma foto de uma moçoila em cima de uma baita moto que conheceu Rose. Não demorou para que o destino juntasse os dois: “Batemos um longo papo sobre tudo, motos, matos, viagens, cultura nórdica e acabei convidando ela para comer uma pizza e um mês depois estávamos em  nossa primeira viagem de moto ...”, explica ele. Vinte e sete viagens de moto depois, lá se vão 2 anos e meio juntos de puro companheirismo.

     Pergunto o que ele acha de tudo isso: “Olha. minha infância foi muito boa, fazíamos de tudo e nada era proibido. Às vezes umas chineladas, mas merecidas. Minha adolescência foi Rock e montanha. Se eu morresse com 25 anos de idade já teria valido a pena ter vivido. Depois veio a parte de PF e da família, dois filhos que me orgulho muito; veio a fase do “a moto ou eu???” Peguei a estrada e rodei por 3 anos. Acabei parando aqui, onde até agora está muito bom com a Rose me aturando.” diz.

     E para terminar essas palavras, meus caros leitores, lembro-me da promessa que fiz a esse meu amigo: “Pode deixar, Fritz, me encarrego dessa missão!”  O tal gigante me incumbiu de jogar suas cinzas no cume do Gigante, lá no Marumbi, o seu eterno preferido.
     Vou fazê-lo, vou subir um por um dos 1487 metros daquela montanha como ultima homenagem... Mas já falei para ele demorar, pois não estou com nenhuma vontade de ir para aquelas bandas com essa carga... Pelo menos não agora!

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